A Coreia do Norte opera uma mercados-em-baixa-historia-causas-e-oportunidades/">economia de comando altamente centralizada, onde o governo planeia e controla quase toda a actividade económica. A sua trajetória económica foi influenciada por fatores como a divisão da Coreia e o seu foco na indústria pesada. As sanções internacionais restringiram a economia do país, mas a China continua a ser o seu principal parceiro comercial. A limitada transparência dos dados, combinada com os atuais desafios em matéria de direitos humanos, torna particularmente difícil a compreensão e a análise da situação económica da Coreia do Norte.
Lição principal
- A Coreia do Norte opera uma mercados-em-baixa-historia-causas-e-oportunidades/">economia comandada, com o governo controlando a produção e os preços dos bens.
- O colapso da União Soviética e os desastres naturais na década de 1990 levaram a uma grave crise económica na Coreia do Norte.
- No início da década de 2000, a Coreia do Norte implementou reformas económicas, permitindo que os mercados semiprivados promovessem a recuperação económica.
- O principal parceiro comercial da Coreia do Norte é a China e as suas exportações incluem produtos metalúrgicos e elétricos.
- A concentração do país nas despesas militares representa uma drenagem significativa dos recursos económicos, com cerca de 33% do PIB atribuído à defesa.
Visão geral da história da Península Coreana
A Coreia foi historicamente um reino independente. No entanto, após a Guerra Russo-Japonesa, a península coreana foi oficialmente anexada pelos japoneses. A Coreia permaneceu uma colônia japonesa de 1905 a 1945.
Após a Segunda Guerra Mundial, as forças japonesas na região norte da Coreia renderam-se à União Soviética e o exército soviético assumiu o controle da região norte do país. Ao mesmo tempo, as tropas americanas estavam no comando da região sul.
As regiões recentemente separadas nomearam os seus respectivos líderes e, em 1950, o líder norte-coreano Kim II-Sung (apoiado pela liderança soviética) tentou capturar a região sul da Coreia apoiada pelos EUA (Coreia do Sul, ou ROK), desencadeando a Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953.
A tentativa de Kim II-Sung de dominar a região sul da Coreia e colocar toda a península sob o seu domínio comunista acabou por não ter sucesso. O impasse resultante dividiu a península coreana ao meio. A Coreia do Norte (RPDC) estabeleceu a economia nacional através do primeiro desenvolvimento da indústria pesada e do desenvolvimento económico-militar paralelo. Entretanto, a Coreia do Sul (ROK) estabeleceu uma das economias modernas mais avançadas do mundo.
US$ 1.147 por pessoa
Renda nacional bruta estimada (per capita) da Coreia do Norte em 2023, com base nas estimativas do Banco da Coreia. Em 2024, nenhuma nova estatística foi publicada.
Estrutura e desenvolvimento da economia norte-coreana
A primeira fase do desenvolvimento económico da Coreia do Norte, após a divisão do antigo reino unificado, foi dominada pela industrialização. Esta foi uma tarefa difícil tendo em conta os danos sofridos pela infra-estrutura do país durante a Guerra da Coreia. A Coreia do Norte aplica o modelo económico e de gestão socialista centralmente planeado da União Soviética, bem como a ideologia da Juche (autossuficiência). Este modelo enfatiza o desenvolvimento da indústria pesada e o investimento nas áreas de ferro, aço, cimento e máquinas-ferramentas.
Desafios económicos e políticas em meados do século XX
Os especialistas dizem frequentemente que estas políticas pós-Guerra da Coreia prejudicaram o desenvolvimento económico da Coreia do Norte. As deficiências destas políticas são ainda mais enfatizadas pelo foco do regime canção (um estilo político militar-primeiro), exacerbou os problemas económicos crónicos da Coreia do Norte. Nas décadas que se seguiram à Guerra da Coreia, a produção industrial e eléctrica da região estagnou.
Na década de 1990, a economia norte-coreana caiu numa grave estagnação e quase entrou em colapso. O colapso da União Soviética e os subsequentes desastres naturais mergulharam a Coreia do Norte numa crise económica. De 1990 a 1998, o país teve uma taxa média de crescimento anual de -4,1%. O país tornou-se beneficiário de ajuda alimentar e humanitária internacional em meados da década de 1990, que durou até ao encerramento das fronteiras para evitar a propagação da COVID-19 em 2020.
As reformas económicas da Coreia do Norte no início dos anos 2000
Na década de 2000, a Coreia do Norte voltou-se para a recuperação económica. Em 2002, aliviou as restrições, permitiu mercados semiprivados e iniciou reformas económicas conhecidas como Medidas para Melhorar a Gestão Económica. Essas medidas incluem:
- Um aumento nos preços e nos salários
- Mudança no mecanismo de fixação de preços
- Mudanças no sistema de distribuição
- Descentralização do planejamento nacional
- Aumentar a autonomia de gestão empresarial
- A abertura do mercado de distribuição ao método de produção
- Distribuição diferencial
- Reformar o sistema de segurança social
O crescimento económico tem vindo a aumentar há vários anos e este período é considerado uma melhoria em relação à década anterior.
Análise do crescimento do PIB da Coreia do Norte
Segundo estimativas do Banco da Coreia, o PIB da Coreia do Norte aumentará 3% em 2023, após três anos de recessão económica.
O RNB da Coreia do Norte é estimado em 1.147 USD/pessoa em 2023, cerca de 3,4% do RNB da Coreia do Sul.
O país ainda investe significativamente nas suas forças armadas e alguns analistas dizem que isso pode acontecer à custa do desenvolvimento económico. Em 2022, o último ano para o qual existem estimativas disponíveis, a Coreia do Norte gastou cerca de 33% do seu produto interno bruto em despesas de defesa.
Dinâmica comercial e parcerias da Coreia do Norte
Hoje, a China é o principal parceiro comercial da Coreia do Norte. A Coreia do Norte depende da China para apoio económico e diplomático. As principais exportações do país são produtos metalúrgicos, eletricidade, ferramentas, seda e farinha de batata. As principais importações da Coreia do Norte são medicamentos, borracha e pneus, fertilizantes, polímeros, tabaco e óleo de soja. A Coreia do Norte exportou bens no valor de 1,59 mil milhões de dólares para a China em 2022 e importou 3,25 mil milhões de dólares.
Desafios no acesso aos dados económicos da Coreia do Norte
A Coreia do Norte é conhecida por ser reservada e não divulga dados económicos. A região não publica quaisquer indicadores ou estatísticas oficiais sobre as condições macroeconómicas desde 1965. Algumas fontes básicas de estatísticas sobre a economia norte-coreana incluem as Nações Unidas, organizações voluntárias e outros analistas e compiladores de dados económicos em todo o mundo.
A Coreia do Norte tem uma boa economia?
Se os dados recolhidos pelas Nações Unidas e outras agências forem precisos, o PIB da Coreia do Norte cresceu ligeiramente. Em 2023, o PIB da Coreia do Norte aumentou 3% após três anos consecutivos de declínio. As exportações aumentaram mais de 104% e as importações aumentaram 71%. No papel, a balança comercial parece boa, mas as infra-estruturas, as condições de vida e o tratamento dado pelo governo aos cidadãos estão a piorar; muitas pessoas passam fome, são torturadas e até traficadas. Essas condições já existem há décadas.
Quais são as principais exportações da Coreia do Norte?
É difícil determinar como a Coreia do Norte comercializa porque o governo não divulga a informação. A China é o principal parceiro comercial da Coreia do Norte, o principal importador é a liga de ferro.
Como a Coreia do Norte sobrevive financeiramente?
A Coreia do Norte produz e vende armas e equipamento militar. Também exporta metais, carvão, frutos do mar, madeira, têxteis, eletricidade, seda e outras commodities agrícolas.
Resultado final
A economia norte-coreana é um sistema de comando altamente centralizado, moldado por prioridades militares e por um enfoque industrial. As sanções e restrições comerciais sufocaram o crescimento, deixando o país dependente da China para apoio económico e diplomático. As crises históricas levaram à estagnação e à escassez de alimentos, embora as reformas económicas limitadas no início da década de 2000 tenham produzido alguns ganhos modestos. As despesas com a defesa representam uma grande proporção do PIB e prejudicam frequentemente o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas. Questões como as graves violações dos direitos humanos e o tráfico de seres humanos dificultam o progresso económico e social. Com o governo a controlar rigorosamente a informação, os dados fiáveis sobre as condições económicas e o potencial de crescimento da Coreia do Norte continuam a ser escassos, dificultando a análise.

